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Saudade

Se a saudade tivesse um sabor seria amarga.Não consigo imaginar outro paladar para tal sentimento quando tudo me sabe a pouco quando não te sinto por perto,tudo é amargo,tal como eu. Se a saudade tivesse cor seria negra, pois a escuridão é tudo o que me rodeia quando não te vejo, nem a ti, porque não estás, nem á saudade que se esconde entre os seus veios negros, devolvendo-me o mesmo olhar com que a fixo, vazio, sem saber bem onde ela está. Se a saudade tivesse cheiro seria nauseabundo, moribundo, assim como eu, assim como me sinto sem ti, sem forças, sem vontade, nem de respirar, nem de saber onde estás, como estás. Se soubesse tais coisas talvez ficasse sem fôlego, e no meu ultimo suspiro traria o cheiro da mesma vontade que julgas que nego... a vontade de te ver, de te ter. Se a saudade pudesse tocar seria um aperto abafado, calado, como aquele aperto que reduz o coracão ao tamanho da minha vontade de viver, e aumenta em proporção a velocidade da minha respiração, da minha angústia, da minha dor. Se a saudade tivesse nome que outro nome poderia ser que não esse? Saudade. De ti. De nós.
Mas a saudade tem sabor, consigo encontrá-lo na tua boca quando te beijo, louco, desesperado por ti. A saudade tem uma cor, ou mil cores que me encandeiam quando te vejo. A saudade tem um cheiro, o cheiro das minha lágrimas quando te espero impaciente... onde estás? A saudade tem um toque, o toque apertado, sufocado, de um abraço sem fim, que grita: "Não vás!". Que pede para ficares. A saudade tem um nome, o teu. Porque de todas as coisas das quais eu tenho saudade, que eu não perdi, que eu não quero perder... de todas as coisas, eu tenho, eu SÓ tenho, saudades de ti. Não vás, fica (só), não me deixes (só), mais um pouco.

Esta saudade mata-me,
Tira-me toda a vontade.
Se estivesse morto e falasse,
Diria que estava morto de saudade...
...vivo mas sem viver.
Morto até te ver.
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