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Equilíbrium

Nos dois lados da balança,
Nos dois extremos do horizonte,
Morte na ponta de uma chama
Vida na água de uma fonte.
Paralelos, paradoxos,
Opostos sem conexão,
Pontas soltas da mesma linha
Que não têm ligação.
Não há verdade sem mentira
Nem noite sem haver dia,
Se o bem não existisse
O mal não existiria.
Não haveria prazer
Se algures não houvesse dor,
Se não soubéssemos sofrer
Jamais daríamos amor.

Os opostos não se reflectem
Não se tocam, não chegam perto,
Mas não existem um sem o outro
Pois nenhum estaria completo.
A Lei que rege a perfeição,
É imperfeita, desafinada:
Do nada se cria tudo
E tudo se torna em nada.

Nos dois lados da balança
Dois pesos presos por um fio
Balanceiam inconstantes
Procurando o Equilíbrio.
Nunca estaremos sempre bem
E nem sempre estamos mal,
Olhando duas vezes o céu
Não o veremos igual.
A linha que define a vida
É mutável, insegura,
Se há algo que nos ensina
É que nem a própria vida dura.
Olha para trás, vê os altos
E baixos que a linha tem,
Se o Equilíbrio reinar
Alegra-te, vives-te bem.

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